Procuradoria-Geral da República não vê evidências que justifiquem a continuidade da investigação sobre o governador do DF.
27 de Fevereiro de 2025 às 12h06

PGR recomenda arquivamento de inquérito contra Ibaneis Rocha por omissão

Procuradoria-Geral da República não vê evidências que justifiquem a continuidade da investigação sobre o governador do DF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou, na quarta-feira (26), sua posição favorável ao arquivamento de um inquérito que investiga o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por suposta omissão durante os atos de vandalismo que ocorreram em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas.

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR argumentou que, até o momento, não foram encontrados elementos que justifiquem a continuidade da investigação contra Ibaneis. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que o governador “compareceu voluntariamente à sede da Polícia Federal e, com consentimento, enviou dois aparelhos celulares para análise”.

Gonet também mencionou que documentos encontrados nos celulares demonstravam repúdio aos atos de vandalismo e solicitavam apoio da Força Nacional para proteger a Praça dos Três Poderes. O parecer da PGR agora aguarda análise do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

Após os eventos de 8 de janeiro, Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por 90 dias por ordem de Moraes, mas o afastamento foi revogado pouco tempo depois. O relator do caso determinou a abertura de um inquérito para investigar as ações do governador e dos comandantes da Segurança Pública do DF durante os incidentes.

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Em sua defesa, Ibaneis afirmou que havia “motivo plausível” para confiar na eficácia do modelo de atuação da Secretaria de Segurança Pública. No ano anterior, ele havia solicitado o arquivamento do inquérito, mas o ministro Alexandre Moraes considerou que tal pedido era “prematuro”.

Durante a investigação, Ibaneis Rocha entregou seus celulares à Polícia Federal para perícia. Nos registros, foram identificadas 36 ligações entre os dias 7 e 8 de janeiro, o que, segundo a Justiça, indica uma busca por diálogo com as autoridades.

O advogado de Ibaneis, Alberto Zacharias Toron, afirmou que o pedido de arquivamento da investigação é uma “manifesta ação justa do PGR”. Ele ressaltou que o governador foi mencionado em duas denúncias como testemunha e que não houve provas contra ele. “Fez-se justiça”, concluiu o advogado.

A decisão da PGR sobre o arquivamento do inquérito representa um desdobramento importante no contexto político do Distrito Federal, onde Ibaneis Rocha enfrenta desafios significativos após os eventos de janeiro.

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