Ministro do STF pede urgência para julgamento de plano que garante transparência nas emendas do Congresso
27 de Fevereiro de 2025 às 13h16

STF analisa decisão de Flávio Dino sobre emendas parlamentares em sessão virtual

Ministro do STF pede urgência para julgamento de plano que garante transparência nas emendas do Congresso

O Supremo Tribunal Federal (STF) dará início, nesta sexta-feira (28), ao julgamento da decisão do ministro Flávio Dino, que homologou um plano de trabalho visando aumentar a transparência e a rastreabilidade das emendas parlamentares. A sessão será realizada de forma virtual e se estenderá até às 23h59 da próxima quarta-feira (5).

Flávio Dino, que é relator do caso, solicitou à presidência do STF a convocação dessa sessão extraordinária, justificando a necessidade de celeridade devido à “excepcional urgência” do assunto. O plano em questão foi elaborado em conjunto entre o governo federal e o Congresso Nacional e busca facilitar a liberação das verbas destinadas a obras e políticas públicas.

Se a decisão de Dino for referendada pelos demais ministros, ficará consolidado um acordo que promete destravar a aprovação do Orçamento de 2025, que atualmente enfrenta impasses entre os Três Poderes. O ministro também determinou a suspensão da audiência de conciliação que estava agendada para esta quinta-feira (27).

Na sua decisão, Dino destacou que o plano de trabalho oferece um caminho para aprimorar a gestão pública, embora reconheça que o debate sobre o tema é complexo e envolve controvérsias. “Estas, inerentes à vida democrática, trazem resultados positivos para a nossa pátria”, enfatizou.

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O plano estabelece que, a partir deste ano, não será mais possível empenhar emendas sem a devida identificação do parlamentar responsável pela indicação e da entidade que receberá os recursos. Contudo, a liberação não se aplica a emendas com impedimentos técnicos ou que estejam sob auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).

Além disso, as chamadas “emendas Pix”, que são transferências especiais sem plano de trabalho, e emendas de comissão e de bancada que não tenham sido aprovadas em atas de reunião, também ficarão de fora dessa liberação.

O impasse sobre a liberação das emendas teve início em dezembro de 2022, quando o STF considerou inconstitucionais algumas emendas. Desde então, o Congresso Nacional tem buscado adequar as regras de distribuição de recursos para atender às exigências da Corte.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, que era a relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do processo e, em agosto do ano passado, determinou a suspensão das emendas, estabelecendo critérios de rastreabilidade para os repasses.

O total previsto para emendas parlamentares no Orçamento de 2025 chega a R$ 52 bilhões, um aumento em relação aos R$ 49,2 bilhões de 2024. Há dez anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões.

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