Condenado a 38 anos pela morte dos pais de Suzane von Richthofen tenta progressão de pena, mas Promotoria é contrária.
01 de Fevereiro de 2025 às 12h20

Ministério Público se opõe a pedido de Cristian Cravinhos para regime aberto

Condenado a 38 anos pela morte dos pais de Suzane von Richthofen tenta progressão de pena, mas Promotoria é contrária.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) reiterou, em documento divulgado nesta quinta-feira, 30, sua posição contrária ao pedido de Cristian Cravinhos para que ele cumpra pena em regime aberto. Cravinhos, junto com seu irmão Daniel e Suzane von Richthofen, foi condenado pelo assassinato dos pais de Suzane, Manfred e Marísia von Richthofen, crime ocorrido em 2002.

Atualmente, Cristian Cravinhos está detido em regime semi-aberto na Penitenciária de Tremembé, localizada no interior de São Paulo. Em maio de 2024, sua defesa solicitou a progressão para o regime aberto à Justiça, que ainda não se manifestou sobre o pedido. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Cristian para comentar a posição do MP-SP.

Como parte do processo decisório, o MP-SP solicitou que Cravinhos fosse submetido a um teste de Rorschach, um exame psicológico utilizado para avaliar a personalidade, cujo resultado foi recentemente anexado ao processo. O promotor Gustavo José Pedroza Silva se manifestou nos autos após analisar as conclusões desse teste.

De acordo com o MP-SP, o exame revelou que Cravinhos “apresenta traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo”. O promotor destacou que ele demonstra dificuldades em lidar com as emoções de maneira espontânea.

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“Entre suas fragilidades, destaca-se uma expressão afetiva marcadamente rígida e controlada, o que compromete sua espontaneidade emocional. Cristian apresenta dificuldade em compreender e integrar suas emoções de maneira objetiva, resultando em reações frequentemente influenciadas por fantasias e ideias pouco realistas”, afirmou a perita responsável pela avaliação, conforme relatado pelo MP-SP.

“Denota-se, portanto, que o sentenciado apresenta traços de imaturidade, com uma percepção da realidade voltada para questões pessoais, a partir de sua própria perspectiva do mundo, sem considerar a experiência do outro, o que indica falta de empatia, além de uma propensão a concretizar impulsos reprimidos e a tomar decisões irrefletidas e descontroladas”, acrescentou o promotor.

O crime que resultou na condenação de Cristian Cravinhos ocorreu em 2002, quando Suzane Richthofen, então sua namorada, juntamente com Daniel e Cristian, planejou e executou a morte dos pais, que desaprovavam o relacionamento. Cristian foi preso em 2002 e condenado em 2006 a 38 anos de reclusão, tendo passado ao regime semi-aberto em 2013. Quatro anos depois, ele foi autorizado a cumprir pena em regime aberto.

No entanto, após sete meses e 24 dias fora da prisão, em abril de 2018, Cristian foi novamente detido, acusado de agredir a ex-mulher e de tentar subornar policiais, resultando em uma condenação por corrupção ativa. Atualmente, ele busca novamente a liberdade.

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