Ministro da Fazenda acredita que a valorização da moeda e uma boa colheita ajudarão a amenizar a inflação dos alimentos.
04 de Fevereiro de 2025 às 14h59

Haddad destaca queda do dólar e safra robusta como fatores para conter preços

Ministro da Fazenda acredita que a valorização da moeda e uma boa colheita ajudarão a amenizar a inflação dos alimentos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4) que a recente queda do dólar e a expectativa de uma safra agrícola robusta são fatores que podem contribuir significativamente para a redução da inflação dos alimentos no Brasil. Durante uma coletiva de imprensa, Haddad mencionou que a cotação da moeda norte-americana, que estava em R$ 6,10, agora se encontra em R$ 5,80, o que deve ajudar a estabilizar os preços dos produtos alimentícios.

“O dólar estava a R$ 6,10 e agora está a R$ 5,80. Isso ajuda muito. Com a ação do Banco Central e do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso certamente vai favorecer. Estou muito confiante de que a safra deste ano, pelos relatos que tenho recebido do setor agropecuário, será muito forte e isso também vai ajudar”, declarou Haddad.

A declaração do ministro ocorreu após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde Haddad foi questionado sobre a ata divulgada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento indicou que a alta dos preços dos alimentos deve se propagar para o médio prazo, em função de fatores como a estiagem e o aumento nos preços das carnes, que têm pressionado a inflação.

O Copom também destacou que a inflação deve permanecer acima do limite estabelecido nos próximos meses, com um cenário adverso que afeta principalmente as famílias de baixa renda. A ata revelou que a inflação acumulada em 2024 foi de 4,83%, superando a meta de 3% e o teto de 4,5%.

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Haddad ressaltou que a nova meta de inflação, que é contínua, permitirá ao Banco Central desenvolver um plano de trabalho mais consistente para controlar a inflação. “Nós temos uma meta contínua, e isso faz com que o Banco Central possa apresentar um plano de trabalho consistente para trazer a inflação para a meta com mais racionalidade do que acontecia antes da mudança do regime de metas”, explicou.

Além disso, o ministro mencionou que o governo está buscando harmonizar as políticas fiscal e monetária para enfrentar os desafios econômicos. Ele destacou que as medidas aprovadas em 2024, que contêm gastos públicos, representam uma contenção de R$ 30 bilhões neste ano.

“Do total, R$ 15 bilhões deveriam ser somados ao Orçamento e R$ 15 bilhões serão eventualmente substituídos por outras pressões que surgirem ao longo do ano. Portanto, houve uma acomodação de R$ 30 bilhões, conforme vínhamos defendendo”, disse Haddad.

O ministro também comentou sobre a importância de evitar medidas drásticas que possam gerar um mercado paralelo, enfatizando que o governo está focado em soluções que não comprometam a estabilidade econômica. “Não tomarei nenhuma medida daquelas que são bravata, não colocarei cota, nem helicóptero para ver fazenda, nada que leve ao surgimento de mercado paralelo”, afirmou.

Por fim, Haddad reiterou que a colaboração entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda será crucial para acomodar as variáveis macroeconômicas que influenciam os preços dos alimentos, e expressou otimismo quanto à safra deste ano, que poderá trazer alívio para os consumidores brasileiros.

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