O pedido da Advocacia-Geral da União destaca a urgência do tema diante das novas diretrizes da Meta, gerando atrito entre os poderes.
08 de Fevereiro de 2025 às 09h17

AGU solicita ao STF agilidade no julgamento sobre regulamentação das redes sociais

O pedido da Advocacia-Geral da União destaca a urgência do tema diante das novas diretrizes da Meta, gerando atrito entre os poderes.

A Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou nesta sexta-feira, 7, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que acelere o julgamento sobre a regulamentação das redes sociais. A solicitação ocorre em um contexto de crescente preocupação com as novas diretrizes da Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, que podem flexibilizar o combate a conteúdos considerados inadequados.

O julgamento, que se arrasta desde dezembro do ano passado, foi suspenso após um pedido de vista do ministro André Mendonça. A AGU, representada pelo advogado-geral Jorge Messias, argumenta que a questão deve ser tratada como prioridade, uma vez que as alterações propostas pela Meta podem permitir a disseminação de discursos de ódio e outras práticas prejudiciais.

De acordo com a AGU, as novas regras da Meta violam garantias constitucionais e diretrizes internacionais de proteção à integridade da informação. Em uma audiência pública realizada em janeiro, a AGU recebeu 78 contribuições, das quais 68 se manifestaram contrárias às diretrizes de moderação de conteúdo anunciadas pela empresa.

O STF analisa atualmente a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que estabelece a responsabilidade das plataformas digitais em relação aos conteúdos postados por usuários. A AGU pede que o tribunal derrube esse artigo, permitindo que as redes sociais removam conteúdos inadequados sem a necessidade de uma ordem judicial.

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O parecer da AGU destaca que “milhões de brasileiros utilizam constantemente os serviços da Meta” e estão expostos a riscos decorrentes da falta de regulamentação. A AGU enfatiza que a conclusão do julgamento é urgente para estabelecer diretrizes mais seguras para o ambiente digital no Brasil.

Além disso, o advogado-geral Jorge Messias, que é próximo ao presidente da República, ressaltou a importância de garantir a soberania nacional e a plena vigência da ordem constitucional. O parecer enviado ao STF critica duramente as novas diretrizes da Meta, considerando-as uma ameaça ao funcionamento adequado das plataformas digitais.

Os ministros do STF já manifestaram opiniões divergentes sobre o assunto. Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli já votaram a favor da regulamentação das redes sociais, embora com entendimentos distintos. A expectativa é que o julgamento seja retomado em breve, mas ainda não há uma data definida para isso.

O ministro André Mendonça, que pediu vista do processo, sinalizou que pode divergir da posição dos demais ministros, o que aumenta a expectativa sobre o desfecho do julgamento. A AGU, por sua vez, aguarda ansiosamente a retomada da análise, considerando a situação atual como crítica para a proteção dos direitos dos usuários nas redes sociais.

Com a pressão crescente sobre o STF e as novas diretrizes da Meta, o cenário se torna cada vez mais tenso, refletindo o atrito entre os poderes Executivo e Judiciário. A AGU continua a defender a necessidade de uma resposta rápida e eficaz do tribunal em relação à regulamentação das redes sociais no Brasil.

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