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Defesa de Jair Bolsonaro solicita acesso a provas do inquérito sobre golpe de Estado
Advogados pedem ao STF acesso a documentos sigilosos e à íntegra do depoimento de Mauro Cid
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando acesso a todas as provas do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. O advogado Celso Vilardi, que agora representa Bolsonaro, argumenta que, apesar da conclusão do inquérito, muitos documentos ainda não foram disponibilizados.
No requerimento apresentado na última quarta-feira, 12, a defesa informou que recebeu um HD com 11.176 arquivos organizados em 3.412 pastas, mas esses dados seriam apenas o espelhamento de celulares apreendidos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e de outros envolvidos, como sua esposa, Gabriela Santiago, e ex-assessores da presidência.
Segundo os advogados, o material recebido não representa a totalidade das provas utilizadas na investigação. Eles destacam que as apreensões realizadas durante as investigações incluíram mais de trinta celulares, além de computadores e outros dispositivos de armazenamento, que não foram contemplados no HD entregue.
“Os presentes autos já trazem o efetivo cumprimento e encerramento das diligências antes deferidas com a efetiva apreensão de numerosas mídias. E, no entanto, o resultado obtido com tais diligências já (portanto) cumpridas não foi fornecido à defesa”, afirmou Vilardi.
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A defesa também busca acesso à íntegra do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, que, segundo informações divulgadas, teria mencionado a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como parte de um núcleo radical que apoiava a tentativa de golpe. Apesar disso, ela não foi indiciada na investigação.
Além disso, a defesa argumenta que algumas diligências do inquérito podem permanecer sob segredo de Justiça, caso isso seja necessário para garantir a conclusão das investigações e evitar interferências dos investigados. Outros advogados envolvidos no caso, como os que representam o general Braga Netto, também têm solicitado o acesso a provas que consideram essenciais para a defesa.
O relator do caso, Alexandre de Moraes, já havia afirmado que o amplo acesso aos elementos de prova documentados nos autos está garantido às defesas. Contudo, a defesa de Bolsonaro insiste que ainda não obteve todas as informações necessárias.
O cenário se complica com a expectativa de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia contra Bolsonaro e outros investigados ainda neste mês. A PGR está atualmente analisando as conclusões da Polícia Federal sobre o caso.
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