Ministro Ricardo Lewandowski anuncia proposta que visa integrar forças policiais e combater a criminalidade organizada
14 de Março de 2025 às 17h48

Governo conclui texto da PEC da Segurança Pública para envio ao Congresso Nacional

Ministro Ricardo Lewandowski anuncia proposta que visa integrar forças policiais e combater a criminalidade organizada

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quinta-feira (13) a conclusão do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa reformular a Segurança Pública no Brasil. A proposta será apresentada ao Congresso Nacional e tem como objetivo estabelecer um Sistema Único de Segurança Pública, integrando as diversas forças policiais do país para um combate mais eficaz à criminalidade organizada.

A decisão foi comunicada após uma reunião entre Lewandowski, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros da área jurídica e política do governo, realizada no Palácio do Planalto. O ministro destacou que houve consenso entre os participantes sobre a maturidade da proposta, que foi discutida amplamente com governadores, sociedade civil e academia.

“A PEC pretende criar um SUS da Segurança Pública, ou seja, um Sistema Único de Segurança Pública que estará na Constituição da República Federativa do Brasil, com recursos próprios e integrando todas as forças policiais para combater a criminalidade organizada”, afirmou Lewandowski.

Antes do envio formal da proposta ao Legislativo, a PEC será apresentada aos presidentes da Câmara e do Senado, bem como aos líderes da base governista nas duas Casas. O governo busca garantir que a proposta não interfira nas discussões de outras prioridades legislativas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

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“Vamos reunir os líderes da base, junto com os presidentes das Casas, para apresentar a PEC e avaliar o melhor momento para enviá-la formalmente. Acredito que teremos um clima favorável para isso, pois vários líderes têm solicitado posicionamentos do governo sobre a segurança pública”, comentou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A tramitação da PEC é considerada complexa, pois requer aprovação em dois turnos tanto na Câmara quanto no Senado, com um apoio mínimo de 60% dos votos em cada uma das Casas. A proposta altera a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24 da Constituição, que tratam das competências da União em relação aos estados, municípios e ao Distrito Federal, além de modificar o Artigo 144, que aborda os órgãos responsáveis pela segurança pública no país.

Com a proposta, o governo pretende dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado por lei ordinária em 2018, e incluir na Constituição a previsão do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário, atualmente estabelecidos em leis específicas.

Além disso, a PEC propõe um aumento nas atribuições da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que passará a ser denominada Polícia Viária Federal, abrangendo o patrulhamento ostensivo das rodovias, ferrovias e hidrovias federais.

Uma das novidades introduzidas na PEC é a regulamentação das guardas municipais, que, segundo Lewandowski, foram incluídas no texto após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu as competências dessas corporações. “As guardas municipais farão o policiamento urbano e comunitário, com controle externo do Ministério Público, como as demais polícias no Brasil”, explicou o ministro.

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