
Governo zera imposto de importação de alimentos em meio a crise de popularidade
Medida visa conter a inflação e já gera reações no setor produtivo; popularidade do governo está em queda.
BRASÍLIA – Em uma tentativa de conter a inflação e melhorar a oferta de alimentos no Brasil, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou nesta quinta-feira (13) a redução a zero das tarifas do imposto de importação de 11 alimentos. A medida, que entra em vigor a partir de amanhã (14), foi oficializada após um anúncio prévio feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
A decisão ocorre em um momento crítico, em que a popularidade do governo Lula enfrenta desafios, especialmente devido ao aumento dos preços dos alimentos, que têm impactado diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Segundo Alckmin, a medida é emergencial e busca aliviar a pressão inflacionária sobre itens essenciais da cesta básica.
“Com a maior oferta dos produtos selecionados no Brasil a impostos zerados, a decisão também busca inibir a alta de preços, contribuindo para o cumprimento da meta de inflação”, afirmou o ministro durante a coletiva de imprensa.
A lista dos alimentos que terão suas alíquotas zeradas inclui carnes desossadas de bovinos congeladas, café torrado não descafeinado, milho em grão, azeite de oliva e outros produtos alimentícios. A medida, no entanto, não se aplica a carnes de frango e porco, o que gerou críticas de setores do agronegócio que temem impactos negativos na produção interna.
O custo fiscal da isenção é estimado em R$ 650 milhões por ano, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira do governo. Alckmin, no entanto, destacou que a expectativa é de que a medida tenha um caráter transitório e que o impacto fiscal seja menor do que o previsto.


Em meio a essa situação, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) expressou preocupações sobre a decisão, afirmando que a zeragem do imposto de importação da sardinha, por exemplo, poderia ameaçar a cadeia produtiva de pescados no Brasil, colocando em risco milhares de empregos.
O governo, por sua vez, argumenta que a medida é uma resposta necessária para garantir a segurança alimentar e atender à demanda da população, que, segundo pesquisas recentes, está cada vez mais insatisfeita com a situação econômica do país.
Além da isenção do imposto, o governo planeja outras ações, como parcerias com supermercadistas para promover preços mais acessíveis e um estímulo à produção local de alimentos. Essas iniciativas visam não apenas a redução de preços, mas também a recuperação da confiança da população no governo.
Com a inflação dos alimentos sendo uma das principais preocupações dos cidadãos, a eficácia dessa medida será monitorada de perto, e o governo espera que a redução dos impostos contribua para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.
O cenário atual é desafiador, e o governo Lula precisará demonstrar resultados rápidos para reverter a queda na popularidade e atender às expectativas da população, que clama por soluções efetivas para a crise alimentar que afeta o país.
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