
Israel confirma bombardeios em Gaza foram 'coordenados' com apoio dos EUA
O porta-voz israelense, David Mencer, afirmou que os ataques em Gaza foram planejados em conjunto com Washington, resultando em mais de 400 mortos.
O governo de Israel anunciou nesta terça-feira (18) que a retomada dos bombardeios na Faixa de Gaza, os mais intensos desde o início da trégua com o Hamas, foi "totalmente coordenada" com os Estados Unidos. O porta-voz israelense, David Mencer, confirmou que a ofensiva, que resultou em mais de 400 mortes, foi realizada em estreita colaboração com Washington.
“Posso confirmar que o retorno aos intensos combates em Gaza foi totalmente coordenado com Washington. Israel agradeceu ao presidente Donald Trump e sua administração pelo apoio inabalável a Israel”, declarou Mencer em uma coletiva de imprensa.
Os ataques aéreos, que marcam uma escalada significativa no conflito, foram a primeira ação em larga escala desde o cessar-fogo acordado em janeiro. O Ministério da Saúde do Hamas informou que cerca de 400 pessoas morreram devido aos bombardeios, e equipes de resgate continuam a buscar sobreviventes e corpos sob os escombros de prédios destruídos.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, responsabilizou os Estados Unidos pelos ataques, afirmando que o "apoio político e militar ilimitado" de Washington a Israel contribuiu para o que classificou como um "massacre" de civis, incluindo mulheres e crianças.
“A comunidade internacional deve agir imediatamente para responsabilizar a ocupação e seus apoiadores por esses crimes contra a humanidade”, afirmou um comunicado do Hamas, exigindo uma resposta global à situação.


Em Washington, autoridades americanas reafirmaram que o governo israelense havia informado previamente sobre a retomada das operações militares. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que as ações estavam alinhadas com a política do presidente Trump para a região.
“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas e outros grupos terroristas que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos, pagarão um preço”, disse Leavitt, referindo-se a ataques americanos contra posições rebeldes no Iémen.
A ofensiva israelense representa um duro golpe no frágil cessar-fogo que estava em vigor desde 19 de janeiro e pode complicar as negociações para uma trégua mais duradoura. O Hamas, por sua vez, acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de sacrificar os reféns ao reiniciar os combates, que foram desencadeados por um ataque do grupo islamista contra Israel em 7 de outubro de 2023.
O governo israelense, por sua vez, justificou os bombardeios como uma resposta à "reiterada negativa do Hamas de libertar os reféns" e à recusa do grupo em aceitar propostas de mediação.
Os ataques ocorreram em um contexto político tenso, com Netanyahu anunciando a intenção de demitir Ronen Bar, diretor da agência de segurança interna Shin Bet, em uma tentativa de restabelecer a ordem e alcançar os objetivos de guerra.
Após os bombardeios desta terça-feira, familiares de reféns pediram ao governo israelense que cesse as hostilidades, temendo pela vida de seus entes queridos. O Hamas, por sua vez, reiterou que Washington tem total responsabilidade pelos massacres em Gaza, enquanto as autoridades americanas insistem que o grupo poderia ter evitado a escalada ao libertar os reféns.
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