O porta-voz israelense, David Mencer, afirmou que os ataques em Gaza foram planejados em conjunto com Washington, resultando em mais de 400 mortos.
18 de Março de 2025 às 15h22

Israel confirma bombardeios em Gaza foram 'coordenados' com apoio dos EUA

O porta-voz israelense, David Mencer, afirmou que os ataques em Gaza foram planejados em conjunto com Washington, resultando em mais de 400 mortos.

O governo de Israel anunciou nesta terça-feira (18) que a retomada dos bombardeios na Faixa de Gaza, os mais intensos desde o início da trégua com o Hamas, foi "totalmente coordenada" com os Estados Unidos. O porta-voz israelense, David Mencer, confirmou que a ofensiva, que resultou em mais de 400 mortes, foi realizada em estreita colaboração com Washington.

“Posso confirmar que o retorno aos intensos combates em Gaza foi totalmente coordenado com Washington. Israel agradeceu ao presidente Donald Trump e sua administração pelo apoio inabalável a Israel”, declarou Mencer em uma coletiva de imprensa.

Os ataques aéreos, que marcam uma escalada significativa no conflito, foram a primeira ação em larga escala desde o cessar-fogo acordado em janeiro. O Ministério da Saúde do Hamas informou que cerca de 400 pessoas morreram devido aos bombardeios, e equipes de resgate continuam a buscar sobreviventes e corpos sob os escombros de prédios destruídos.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, responsabilizou os Estados Unidos pelos ataques, afirmando que o "apoio político e militar ilimitado" de Washington a Israel contribuiu para o que classificou como um "massacre" de civis, incluindo mulheres e crianças.

“A comunidade internacional deve agir imediatamente para responsabilizar a ocupação e seus apoiadores por esses crimes contra a humanidade”, afirmou um comunicado do Hamas, exigindo uma resposta global à situação.

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Em Washington, autoridades americanas reafirmaram que o governo israelense havia informado previamente sobre a retomada das operações militares. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que as ações estavam alinhadas com a política do presidente Trump para a região.

“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas e outros grupos terroristas que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos, pagarão um preço”, disse Leavitt, referindo-se a ataques americanos contra posições rebeldes no Iémen.

A ofensiva israelense representa um duro golpe no frágil cessar-fogo que estava em vigor desde 19 de janeiro e pode complicar as negociações para uma trégua mais duradoura. O Hamas, por sua vez, acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de sacrificar os reféns ao reiniciar os combates, que foram desencadeados por um ataque do grupo islamista contra Israel em 7 de outubro de 2023.

O governo israelense, por sua vez, justificou os bombardeios como uma resposta à "reiterada negativa do Hamas de libertar os reféns" e à recusa do grupo em aceitar propostas de mediação.

Os ataques ocorreram em um contexto político tenso, com Netanyahu anunciando a intenção de demitir Ronen Bar, diretor da agência de segurança interna Shin Bet, em uma tentativa de restabelecer a ordem e alcançar os objetivos de guerra.

Após os bombardeios desta terça-feira, familiares de reféns pediram ao governo israelense que cesse as hostilidades, temendo pela vida de seus entes queridos. O Hamas, por sua vez, reiterou que Washington tem total responsabilidade pelos massacres em Gaza, enquanto as autoridades americanas insistem que o grupo poderia ter evitado a escalada ao libertar os reféns.

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