Projeto de lei eleva pena de dois para três anos e multa em casos de violência psicológica com manipulação de imagens.
20 de Março de 2025 às 06h41

Senado aprova aumento de pena para violência psicológica contra mulher com uso de IA

Projeto de lei eleva pena de dois para três anos e multa em casos de violência psicológica com manipulação de imagens.

O Plenário do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (19), um projeto de lei que aumenta a pena para crimes de violência psicológica contra a mulher, especialmente quando cometidos com o uso de inteligência artificial ou qualquer outro recurso tecnológico que altere imagem ou som da vítima. A proposta, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, o Código Penal prevê penas que variam de seis meses a dois anos de detenção, além de multa, para quem pratica violência psicológica contra a mulher. Com a nova legislação, a pena poderá ser aumentada à metade, podendo chegar a três anos se o crime for cometido utilizando tecnologias que distorçam a imagem ou o som da vítima.

A relatora do projeto no Senado, a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), destacou a importância de modernizar as formas de combate à violência contra as mulheres. Em seu discurso, ela mencionou experiências pessoais, revelando que teve fotos falsas de nudez divulgadas durante as eleições de 2018, o que resultou em uma condenação simbólica ao pagamento de cestas básicas pelo responsável.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) enfatizou que as vítimas de deepfakes enfrentam sérias consequências, como a perda de emprego e até ideação suicida, devido à dificuldade em desmentir as manipulações. Ela ressaltou que a aprovação do projeto é um passo importante para proteger as mulheres e garantir que os agressores sejam responsabilizados de forma mais severa.

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O projeto foi inicialmente proposto pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e faz parte de um conjunto de iniciativas da bancada feminina, que busca fortalecer a legislação em defesa dos direitos das mulheres. A proposta foi aprovada no Senado em um mês simbólico, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, reforçando a urgência de ações efetivas contra a violência de gênero.

Daniella Ribeiro também mencionou que a utilização de deepfakes para promover a violência psicológica é uma preocupação crescente, envolvendo a divulgação de conteúdos pornográficos falsos que simulam nudez. Ela afirmou: “A utilização de deepfakes envolvendo mulheres reais tem gerado preocupações, com destaque para seu uso na promoção de violência psicológica, o que inclui a divulgação de conteúdos pornográficos falsos simulando nudez, bem como seu uso para ameaçar, constranger, humilhar e chantagear”.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), declarou que o projeto integra um conjunto de propostas relevantes para o Mês da Mulher e para os interesses da bancada feminina. Ele enfatizou que “cuidar da mulher significa cuidar dos filhos, significa economizar para o governo”, refletindo a importância social e econômica de proteger os direitos das mulheres.

Com a aprovação do projeto, espera-se que o cenário de violência psicológica contra a mulher seja enfrentado de maneira mais eficaz, proporcionando um ambiente mais seguro e respeitoso. A expectativa agora é que a sanção presidencial ocorra em breve, permitindo que a nova legislação entre em vigor e comece a surtir efeito na proteção das mulheres brasileiras.

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