
Bolsonaro confirma envio de R$ 2 milhões a Eduardo para apoio nos EUA
Ex-presidente prestou depoimento à PF e afirmou que o valor é para evitar dificuldades ao filho no exterior
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5) para prestar depoimento sobre o financiamento de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos. Durante a oitiva, Bolsonaro revelou ter enviado a quantia de R$ 2 milhões para garantir que o deputado não passasse por dificuldades financeiras no exterior.
A convocação para o depoimento foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no contexto de um inquérito que investiga as ações de Eduardo em solo norte-americano. O deputado é acusado de buscar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo Moraes, junto ao governo do ex-presidente Donald Trump.
Bolsonaro chegou à PF por volta das 14h40 e, após cerca de duas horas de interrogatório, declarou que o dinheiro enviado é de origem legal e que foi transferido para evitar que seu filho enfrentasse dificuldades financeiras. “Botei dinheiro na conta dele, bastante até, dinheiro limpo, legal, até PIX”, afirmou o ex-presidente em entrevista coletiva após o depoimento.
O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga se Bolsonaro se beneficiou diretamente das ações de Eduardo. O procurador-geral, Paulo Gonet, mencionou que o ex-presidente já havia declarado que ajudaria a financiar a permanência do filho nos Estados Unidos.


Eduardo Bolsonaro, que está licenciado de seu cargo na Câmara dos Deputados desde março, tem se manifestado publicamente sobre sua atuação nos EUA, afirmando que busca denunciar abusos cometidos por autoridades brasileiras, especialmente contra membros do STF. Ele também alegou que sua intenção é buscar sanções contra esses oficiais, utilizando a Lei Magnitsky, que permite a imposição de sanções a indivíduos envolvidos em violações de direitos humanos.
Além de Eduardo, outros políticos têm sido envolvidos nas investigações. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) também prestou depoimento à PF, sendo o autor do pedido que resultou na abertura do inquérito. Farias alega que Eduardo tem promovido uma campanha para intimidar autoridades brasileiras.
O depoimento de Jair Bolsonaro ocorre em um momento crítico, já que ele deverá se manifestar no STF em breve, no âmbito de uma ação penal que investiga tentativas de golpe de Estado. O ex-presidente é um dos réus no caso, que envolve um suposto núcleo de bolsonaristas que atuaram para desestabilizar o governo.
Eduardo, por sua vez, tem sustentado que sua atuação nos EUA é legítima e visa proteger a sua família e a sua própria imagem, alegando que está sendo alvo de perseguições políticas. Ele afirmou que não retornará ao Brasil até que medidas sejam tomadas contra o ministro Alexandre de Moraes.
O ex-presidente também se distanciou de outros membros da direita que estão sob investigação, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que enfrenta problemas legais relacionados a uma invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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