Durante depoimento no STF, ex-presidente Jair Bolsonaro faz convite ao ministro Alexandre de Moraes, que declina em tom descontraído.
11 de Junho de 2025 às 12h02

Bolsonaro brinca e convida Moraes para ser seu vice em 2026; resposta é negativa

Durante depoimento no STF, ex-presidente Jair Bolsonaro faz convite ao ministro Alexandre de Moraes, que declina em tom descontraído.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu a todos nesta terça-feira (10) ao fazer uma brincadeira durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio a um clima de descontração, ele convidou o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice nas eleições de 2026.

O convite foi feito após Bolsonaro pedir permissão para fazer uma piada. Ele se dirigiu a Moraes, que é o relator do caso em que o ex-presidente é réu, e disse: “Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026”. A resposta do ministro não poderia ser mais direta: “Declino”, o que gerou risadas entre os presentes na sala.

Antes de fazer a brincadeira, Bolsonaro havia falado sobre como as pessoas o tratam nas ruas e mencionou a possibilidade de mostrar vídeos que evidenciam sua aceitação popular. Moraes, no entanto, negou o pedido, provocando mais risos entre os presentes.

É importante destacar que, apesar da leveza do momento, Bolsonaro enfrenta sérias restrições para concorrer nas próximas eleições. Ele foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022, o que o impede de se candidatar até 2030.

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A sessão de hoje faz parte do interrogatório que investiga a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023, e o ex-presidente é considerado uma peça-chave no caso. Ele é o sexto réu a ser ouvido no processo, que está em sua fase final de instrução, onde são reunidas provas e depoimentos.

Além de Bolsonaro, outros réus já foram interrogados, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem. O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, também foi ouvido nesta terça-feira, dando continuidade ao processo que apura a organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática no Brasil.

Os depoimentos devem seguir até sexta-feira (13), e a expectativa é que novas revelações sejam feitas durante as oitivas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) atribui ao grupo de réus cinco crimes, incluindo a tentativa de golpe de Estado e a formação de uma organização criminosa.

O episódio da brincadeira de Bolsonaro com Moraes, apesar de ter trazido um momento de descontração ao ambiente tenso do tribunal, não deve ofuscar a gravidade das acusações que pesam sobre o ex-presidente e os demais réus envolvidos no processo.

Com o desenrolar das audiências, o STF busca esclarecer os fatos que culminaram nos atos violentos de janeiro de 2023, e a participação de cada um dos réus será fundamental para o desfecho deste importante caso jurídico.

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