O ministro do STF negou a solicitação da defesa do ex-presidente para adiar a fase de interrogatórios na investigação sobre tentativa de golpe.
06 de Junho de 2025 às 17h53

Moraes rejeita pedido de Bolsonaro para suspender interrogatório na ação penal

O ministro do STF negou a solicitação da defesa do ex-presidente para adiar a fase de interrogatórios na investigação sobre tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, na última quinta-feira (5), um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para suspender a fase de interrogatórios na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022.

A defesa de Bolsonaro argumentou que não teve acesso completo às provas da investigação e que o depoimento do ex-presidente deveria ocorrer somente após a oitiva de testemunhas em processos correlatos, envolvendo outros núcleos investigados. Contudo, Moraes discordou dessa posição.

O ministro destacou que os advogados do ex-presidente tiveram acesso a todos os documentos relevantes já anexados ao processo e não apresentaram justificativas suficientes para aguardar os depoimentos de outras ações. Além disso, Moraes observou que a defesa de Bolsonaro indicou apenas 15 testemunhas, mesmo tendo o direito de arrolar até 40, e desistiu de seis delas.

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Com a negativa do pedido, o andamento do processo seguirá normalmente. Bolsonaro será interrogado junto a outros réus, incluindo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Braga Netto. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva por meio de uma articulação golpista.

Na mesma linha, Moraes já havia rejeitado pedidos semelhantes feitos por outros réus envolvidos na trama, reforçando que não há justificativas legais para suspender os interrogatórios em função de depoimentos que não foram considerados relevantes pela defesa do ex-presidente.

Os depoimentos dos réus estão agendados para a próxima segunda-feira (9), e a fase de oitivas das testemunhas na primeira ação penal sobre a trama golpista foi encerrada na última segunda-feira (2). O andamento do processo é considerado crucial para a responsabilização dos envolvidos na tentativa de golpe.

A ação penal 2668, que investiga a suposta trama golpista, é vista como uma das mais importantes do STF, envolvendo figuras proeminentes do governo anterior e destacando a necessidade de preservar a ordem democrática no país. A decisão de Moraes reflete a postura do STF em manter a celeridade dos processos que envolvem questões de segurança nacional e integridade do Estado.

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