
Netanyahu afirma que Israel pretende assumir controle total da Faixa de Gaza
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel busca controlar toda a Faixa de Gaza, mas não pretende governá-la permanentemente.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta quinta-feira (7) que o país tem a intenção de assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza. Durante uma entrevista à emissora americana Fox News, Netanyahu afirmou que, embora o objetivo seja libertar a região do grupo terrorista Hamas, Israel não deseja manter a administração do território palestino de forma permanente.
“Temos a intenção de fazer isso”, declarou Netanyahu ao ser questionado sobre o controle total da Faixa de Gaza. Ele enfatizou que o plano envolve a entrega do território a forças árabes que possam governá-lo adequadamente, sem ameaçar a segurança de Israel. “Não queremos governá-la. Queremos ter um perímetro de segurança”, acrescentou.
A declaração de Netanyahu ocorre em um momento delicado, com o país enfrentando críticas internas e externas sobre a guerra que já dura quase dois anos. O primeiro-ministro se prepara para apresentar a proposta ao gabinete de segurança, que se reunirá para discutir os próximos passos na operação militar.
Fontes do governo indicam que a intenção é conquistar a cidade de Gaza, localizada no norte da faixa, e que o controle total da região pode levar cerca de seis meses. No entanto, essa estratégia é contestada por membros da oposição e por líderes militares, que alertam para os riscos de uma escalada do conflito.
O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Eyal Zamir, expressou preocupações sobre a possibilidade de uma operação militar abrangente, considerando-a uma “muito má ideia”. Zamir ressaltou que tal ação poderia resultar em um alto custo em vidas, tanto de militares israelenses quanto de civis palestinos.


Além disso, a proposta de Netanyahu provocou manifestações em várias cidades israelenses, onde cidadãos pedem um acordo que garanta a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas. Em Jerusalém e Tel Aviv, grupos de manifestantes se reuniram em frente ao gabinete do primeiro-ministro, exigindo uma solução pacífica para o conflito.
O Hamas, por sua vez, qualificou as intenções de Netanyahu como um “golpe” em meio às negociações de cessar-fogo. O grupo terrorista afirmou que os comentários do primeiro-ministro demonstram sua disposição em sacrificar os reféns israelenses para atender a interesses pessoais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também se manifestou, considerando as declarações de Netanyahu “profundamente alarmantes”. O vice-secretário-geral da ONU, Miroslav Jenca, reiterou que o direito internacional é claro ao afirmar que a Faixa de Gaza deve ser parte integrante de um futuro estado palestino.
Atualmente, Israel controla aproximadamente 75% da Faixa de Gaza, e as Forças de Defesa de Israel têm realizado operações em áreas onde ocorrem atividades terroristas, visando neutralizar ameaças à segurança israelense. As tensões aumentam à medida que a situação humanitária na região se deteriora, com milhares de palestinos sendo deslocados e enfrentando escassez de alimentos e recursos básicos.
O conflito, que teve início em 7 de outubro de 2023, resultou em um número alarmante de mortes e deslocamentos. A população da Faixa de Gaza, que conta com cerca de 2 milhões de habitantes, vive sob condições extremas, e organizações humanitárias alertam para a necessidade urgente de assistência.
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