Grupo militante concorda com trégua de 60 dias e libertação de prisioneiros em negociação mediada por Egito e Catar.
19 de Agosto de 2025 às 09h46

Hamas aceita proposta de cessar-fogo em Gaza, com liberação de reféns

Grupo militante concorda com trégua de 60 dias e libertação de prisioneiros em negociação mediada por Egito e Catar.

O Hamas, grupo militante palestino, aceitou uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza, que inclui uma trégua de 60 dias e a liberação de reféns. A confirmação veio de uma fonte ligada ao movimento nesta segunda-feira (18), segundo informações da agência de notícias AFP.

A proposta, que foi apresentada pelos mediadores egípcios e cataris, prevê que tanto o Hamas quanto suas facções concordem com o cessar-fogo sem solicitar alterações. A resposta do grupo foi enviada aos mediadores, indicando um avanço nas negociações que buscam encerrar um conflito que já dura quase dois anos.

De acordo com a nova proposta, a trégua inicial de 60 dias permitirá a libertação de metade dos reféns israelenses mantidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos. Esta informação foi confirmada por uma fonte oficial egípcia, que destacou a importância do acordo como um passo em direção a um entendimento mais abrangente.

O cenário atual em Gaza é crítico, com a população enfrentando uma grave crise humanitária. O chanceler do Egito, Badr Abdelatty, ressaltou a urgência de um acordo, enfatizando que mais de dois milhões de habitantes da região estão passando por sérias dificuldades, incluindo a fome.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, uma fonte da Jihad Islâmica, outro grupo armado que atua em conjunto com o Hamas, afirmou que o acordo inclui a liberação de 10 reféns israelenses em vida, além de um número determinado de corpos. Até o momento, 49 reféns capturados durante um ataque em outubro de 2023 ainda estão em Gaza, segundo dados do Exército israelense.

As negociações têm sido mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos, que tentam estabelecer um cessar-fogo duradouro. No entanto, até agora, as tentativas anteriores não conseguiram garantir uma paz estável na região.

As tensões permanecem elevadas, com ataques recentes resultando na morte de civis em Gaza, conforme relatórios da Defesa Civil local. A Anistia Internacional também acusou Israel de implementar uma “campanha de fome deliberada” na região, o que foi negado pelo governo israelense, que continua a restringir a entrada de ajuda humanitária.

O ataque do Hamas que deu início à guerra em outubro de 2023 resultou em 1.219 mortes, a maioria civis, enquanto a ofensiva israelense subsequente causou a morte de quase 62 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

Com a aceitação da proposta de cessar-fogo, as partes envolvidas agora aguardam a resposta oficial do governo israelense, que ainda não se manifestou sobre os termos apresentados.

Veja também:

Tópicos: