Julgamento de recursos de Jair Bolsonaro no STF está agendado para novembro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal analisará os recursos do ex-presidente entre 7 e 14 de novembro em sessão virtual.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) programou para os dias 7 a 14 de novembro a análise dos recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados por tentativa de golpe de Estado. O julgamento ocorrerá em plenário virtual, onde os ministros votarão de forma remota, sem debates públicos.
Os recursos, conhecidos como embargos de declaração, têm o objetivo de apontar omissões e contradições na condenação de Bolsonaro, que foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão. A defesa do ex-presidente argumenta que a decisão foi injusta e que não há provas suficientes que o vinculem aos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Além de Bolsonaro, outros seis condenados também apresentarão recursos. Entre eles estão ex-ministros e figuras ligadas ao governo anterior, todos acusados de integrarem a cúpula da trama golpista. O julgamento será conduzido pelo ministro Flávio Dino, presidente da Turma, e contará com a participação dos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Os embargos de declaração não têm o poder de reverter a condenação, mas podem resultar em ajustes na pena, caso sejam aceitos pelos ministros. A defesa de Bolsonaro alega que a condenação foi marcada por excessos e cerceamento de defesa, e que a tese de “desistência voluntária” deveria ser considerada, uma vez que o ex-presidente não teria tomado medidas efetivas para concretizar o golpe.
O ex-presidente, que atualmente está em prisão domiciliar, enfrenta problemas de saúde e sua defesa não solicitou a alteração do regime de cumprimento da pena. A expectativa é que o julgamento se encerre até o dia 14 de novembro, mas há a possibilidade de pedidos de vista que podem atrasar a decisão final.
Bolsonaro foi considerado culpado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A condenação o torna inelegível por um período de oito anos após o cumprimento da pena, o que se estenderá até 2060.
A decisão do STF sobre os recursos poderá influenciar o futuro político de Bolsonaro, que já enfrenta uma série de desafios legais. O julgamento é visto como um marco importante no cenário político brasileiro, especialmente considerando a polarização que envolve o ex-presidente.
Os ministros da Primeira Turma terão a responsabilidade de avaliar não apenas os argumentos da defesa, mas também a gravidade das acusações que pesam sobre Bolsonaro e seus aliados. A análise cuidadosa dos embargos de declaração pode resultar em desdobramentos significativos para todos os envolvidos no caso.
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