O procurador-geral Paulo Gonet pede a condenação dos 'kids pretos' por ações golpistas, incluindo planos para assassinar autoridades.
11 de Novembro de 2025 às 12h13

PGR solicita condenação de grupo por tentativa de golpe de Estado no Brasil

O procurador-geral Paulo Gonet pede a condenação dos 'kids pretos' por ações golpistas, incluindo planos para assassinar autoridades.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta terça-feira, 11, a condenação do grupo conhecido como "kids pretos", composto majoritariamente por militares, por sua participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. O procurador-geral, Paulo Gonet, argumentou que os réus, que fazem parte do núcleo 3 da denúncia, estavam envolvidos em ações que visavam a ruptura da ordem democrática.

O julgamento, que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), é o primeiro sem a presença do ministro Luiz Fux, que recentemente pediu transferência para a Segunda Turma. Gonet destacou que os acusados agiram com "disposição homicida e brutal" para implementar um plano que incluía a execução de autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O procurador enfatizou que os réus não apenas discutiram, mas também arquitetaram um golpe, utilizando suas experiências e conhecimentos em estratégias militares. Segundo ele, o grupo planejou ações táticas para neutralizar e assassinar figuras-chave do governo, o que representa uma grave ameaça à estabilidade do país.

O núcleo 3 é composto por dez réus, incluindo nove militares de alta patente e um agente da Polícia Federal. Eles respondem por cinco crimes, entre os quais a tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e a participação em organização criminosa armada. Gonet afirmou que os réus se articularam para pressionar o alto comando das Forças Armadas a apoiar seus planos golpistas.

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Durante sua manifestação, o procurador mencionou que os "kids pretos" eram responsáveis pelas ações mais violentas do grupo e que, após as eleições de 2022, eles se organizaram para realizar uma "ação de forte impacto social" que justificasse um decreto golpista pelo então presidente Jair Bolsonaro.

O plano, batizado de "Punhal Verde e Amarelo", incluía técnicas operacionais militares e a criação de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise". As investigações revelaram que o grupo não aceitou o resultado das eleições e estava disposto a utilizar a força para reverter a situação.

Gonet também mencionou que a PGR já havia condenado outros envolvidos na trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado o líder do movimento. O julgamento atual se restringe à leitura do relatório e às sustentações orais da acusação e defesa, com sessões adicionais programadas para os dias 18 e 19 deste mês.

Os réus foram acusados de planejar ações táticas e de disseminar desinformação para apoiar seus intentos golpistas. A PGR argumenta que o grupo, ao não aceitar o resultado das eleições, promoveu um ambiente de instabilidade que poderia ter consequências graves para a democracia brasileira.

O procurador-geral concluiu que a atuação do núcleo 3 foi decisiva para a execução do plano golpista e que os réus devem ser responsabilizados por suas ações, que colocaram em risco a ordem constitucional do país.

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