Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes concordam que grupo militar planejou ações violentas contra autoridades.
18 de Novembro de 2025 às 18h59

Ministros do STF votam pela condenação de 9 réus do núcleo 'kids pretos'

Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes concordam que grupo militar planejou ações violentas contra autoridades.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin votaram nesta terça-feira (18) pela condenação de nove réus do núcleo denominado 'kids pretos', que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), teria planejado ações violentas e severas contra autoridades brasileiras, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin.

O núcleo é composto majoritariamente por militares da ativa e da reserva, que, conforme a PGR, estavam envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Moraes, relator do caso, destacou que o grupo buscava cooptar militares e organizar uma intervenção armada, além de preparar um gabinete de crise para a consumação do golpe.

Durante a sessão, Moraes enfatizou que as evidências indicam que a maioria dos réus atuou na criação de narrativas falsas sobre fraudes eleitorais, com o intuito de desacreditar o resultado das urnas e criar um ambiente propício à ruptura institucional. Ele afirmou que o grupo não hesitou em incitar a animosidade contra as Forças Armadas e outras instituições.

O ministro Zanin, que acompanhou o voto de Moraes, também se posicionou pela condenação dos réus, exceto do general da reserva Estevam Cals Theophilo, por considerar que não havia provas suficientes para sua condenação. Zanin argumentou que, embora existam indícios de participação, não se alcançou o padrão probatório necessário para uma condenação criminal.

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Os réus condenados incluem Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército, e Fabrício Moreira de Bastos, que, segundo a PGR, participaram ativamente da articulação golpista. O grupo, conhecido por suas ações táticas, foi acusado de monitorar e neutralizar autoridades, além de pressionar o alto comando do Exército a aderir à ruptura institucional.

O núcleo 3, que se destaca na investigação, é formado por nove militares e um agente da Polícia Federal. Entre eles, estão Hélio Ferreira Lima e Mário Nunes de Resende Júnior, que também foram condenados por incitação ao crime e associação criminosa. A PGR observou que as ações do grupo foram coordenadas e visavam criar um cenário de instabilidade política.

As condenações foram vistas como um passo importante no combate a tentativas de desestabilização da democracia brasileira. O julgamento continua com a expectativa de que outros ministros do STF também se manifestem sobre o caso, que tem gerado grande repercussão na sociedade.

O caso dos 'kids pretos' reflete as preocupações sobre a segurança institucional no Brasil e a necessidade de vigilância constante contra ações que possam ameaçar a democracia. O julgamento dos réus é um indicativo do compromisso do STF em preservar a ordem democrática e punir aqueles que tentam miná-la.

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