Arquivos sobre Jeffrey Epstein serão divulgados em 30 dias, afirma procuradora dos EUA
Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, confirma divulgação após aprovação do Congresso para liberar informações sobre o caso.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que os arquivos da investigação sobre Jeffrey Epstein serão divulgados em até 30 dias. A confirmação foi feita pela procuradora-geral Pam Bondi em coletiva de imprensa, após o Congresso aprovar quase por unanimidade um projeto de lei que obriga o governo a tornar públicas as informações relacionadas ao caso.
Epstein, um bilionário conhecido por suas conexões com figuras proeminentes, foi acusado de operar uma rede de exploração sexual e de abusar de mais de 250 meninas menores de idade. O caso ganhou notoriedade em 2019, quando Epstein foi encontrado morto em sua cela, em um incidente classificado como suicídio, enquanto enfrentava acusações federais de tráfico sexual.
Durante a coletiva, Bondi ressaltou que, embora o material será liberado, a divulgação pode não ser completa. A procuradora explicou que o Departamento de Justiça pode reter informações que possam interferir em investigações em andamento, especialmente aquelas que envolvem figuras políticas associadas a Epstein.
A identidade de todas as vítimas de tráfico sexual mencionadas nos documentos será protegida, conforme garantido pela procuradora. “Continuaremos a cumprir a lei e a incentivar a máxima transparência”, afirmou Bondi.
O projeto de lei, aprovado na terça-feira, 18 de novembro, pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, exige que todos os documentos relacionados à investigação, incluindo detalhes sobre a morte de Epstein, sejam divulgados em até 30 dias após a sanção presidencial.
O governo Trump, que inicialmente hesitou em liberar os arquivos, agora enfrenta pressão tanto da oposição quanto de membros do próprio partido para que todas as informações sejam tornadas públicas. A expectativa é que Trump sancione a lei rapidamente, possivelmente ainda nesta quarta-feira.
O escândalo envolvendo Epstein continua a ser um ponto sensível para Trump, especialmente após a divulgação de mensagens que sugerem que ele tinha conhecimento das atividades de Epstein. A relação entre os dois, que se conheciam desde a década de 1990, foi objeto de especulação e teorias da conspiração, alimentadas por declarações do próprio presidente.
Nos últimos meses, Trump alterou sua postura em relação ao caso, inicialmente minimizando a importância do assunto, mas depois apoiando a liberação dos arquivos, afirmando que não tinha nada a esconder. Essa mudança de tom ocorre em um contexto de crescente pressão política e de investigações que envolvem sua administração.
O debate sobre a liberação dos arquivos de Epstein não apenas afeta a imagem do ex-presidente, mas também levanta questões sobre a responsabilidade política e a transparência em casos de abuso sexual. A expectativa é que a divulgação dos documentos traga novos detalhes sobre as conexões de Epstein e suas atividades criminosas.
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